É natural que com o passar do tempo surjam diferentes inovações tecnológicas, reformulação de informações, foco e desfoco de teorias, culturas e manifestações ideológicas. Mais do que nunca, o mundo globalizado se destrincha em sua infinitude de interpretações e possibilidades. O ser humano do século XXI é rodeado por formas de saber, relacionando-se com seu mundo interior e dialogando com o mundo exterior ocupado por seus semelhantes e pelos locais que constroem sua existência.
Mediante este quadro, os processos didáticos passaram por uma grande reformulação, principalmente com o advento da cibercultura. Agora que o conhecimento não mais se dá de forma acumulativa e definida, o educador se vê num novo mundo. Reformulando sua forma de ensinar, pois deixa de ser o vendedor de conhecimento (como propõe Max Weber) para ser uma espécie de animador. O principal motivo desta reformulação é que agora a informação se dá de maneira descentralizada, não há mais o monopólio de aquisição de conhecimento como outrora acontecia. Todo e qualquer aluno tem a possibilidade de adquirir informações, fazendo com que a hierarquia nas instituições se tornem horizontais e colaborativas.
Neste quadro, o dilúvio de informações quebra o ideal de que existe uma ordem conceitual específica nas práticas educativas. Metaforicamente falando, não há uma Arca de Noé para que esta "desordem" seja organizada, pois assim cairíamos no erro de que existe um padrão específico para o saber. Se posicionar neste emaranhado de informações é um desafio de aprendizado constante.
Impressões do texto: Cibercultura de Pierre Lévy, cap. X.
Embora Levy fale do educador como animador da inteligência coletiva, não gosto muito desse termo. Prefiro pensar o professor como um problematizador, um desafiador, um provocador que instiga os alunos a pensarem, a questionarem, a buscarem soluções. Só assim podemos formar sujeitos críticos e reflexivos.
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