Os impressos são meios
de comunicação que estimulam a leitura. Ler faz muito bem ao desenvolvimento
cognitivo, despertando a criatividade, aumentando o vocabulário e a compreensão
de mundo. Os jornais, revistas e livros proporcionam aos seus leitores o acesso
aos mais variados temas e conhecimentos. Na educação, os livros são
materiais importantes para a construção dos saberes e percepções dos conteúdos
aplicados pelos professores nas suas disciplinas.
Os livros didáticos são
elaborados por especialistas da educação para serem distribuídos nas
escolas, mas os conteúdos que são selecionados não são pensados para abranger a
diversidade das regiões brasileiras. Sendo assim, estes assuntos são
estruturados de uma forma homogênea, não contemplando as particularidades
culturais de todas as regiões do país, diante das suas representatividades e
pertencimento étnico e identitário comuns a um povo. O importante é identificar
quais os materiais que podem servir de fortalecimento e que sempre existem
possibilidades de trazer a cultural local para contar a nossa história, assim
podemos pensar nas literaturas de cordel que traduz os costumes locais,
representando a partir de um pertencimento geográfico e cultural.
A literatura de cordel
possui uma grande riqueza de saberes. Suas estrofes são recheadas de cultura identitária,
bem como as gravuras que costumam acompanhar suas rimas nos livretos impressos.
Neste caso, a região nordeste é representada pelos cordelistas na medida em que
suas características são reforçadas nas poesias. Mesmo que os temas não sejam
especificamente sobre a região, o palavreado utilizado carrega suas características.
Este é um exemplo de possibilidade de material que proporciona uma democratização
cultural, a partir da descentralização do eixo Rio-São Paulo e de uma maior
inserção do que é criado no nordeste e outras regiões. Sem dúvidas, o cordel
tem seu valor cultural e didático e precisa estar presente nas instituições de
ensino e nas suas programações pedagógicas.
O meio impresso dá
possibilidades pedagógicas que podem dialogar de forma lúdica com os
estudantes, principalmente os jovens. Um exemplo disso é o gibi, que sobrevive
a diversas gerações como uma forma divertida de entretenimento e até estudo. É
comum encontrar colecionadores adultos, que consomem as histórias em quadrinhos
desde o período da infância. Implantá-los em atividades educativas é proporcionar
possibilidades de conhecimentos, a partir do estudo dos personagens, dos
roteiros e dos seus diálogos. Importando para a sala de aula uma dinâmica que
leva em consideração diferentes narrativas que podem se converter em debates em
sala de aula.
Em meio às novidades
tecnológicas, os impressos resistem ao ritmo acelerado de costumes na leitura.
Muitos preferem o livro físico ao e-book e a razão disso vai além de
justificativas relacionadas ao analógico ou digital. Um grande motivo para a
utilização clássica do livro na educação é o fato de que a grande maioria das
instituições dispõem de pouca estrutura, com pouco poder aquisitivo, mobília
arcaica e instalações precárias. Além disso, há leitores que preferem sentir páginas
manualmente ao invés de passa-las em algum dispositivo eletrônico.
Em contrapartida, os
meios digitais se revelam um excelente meio para a melhoria das formas de busca
e divulgação de conhecimento, contando com possibilidades de implementação e compartilhamento
de políticas públicas. Aplicativos são usados em prol de diferentes propósitos,
dentre eles educacionais. A Escola Nave é uma instituição que levanta esta
bandeira, incentivando alunos de ensino médio a serem criadores desta tecnologia, fazendo
com que aprendam mais do que isso auxiliando a sociedade com sua criatividade.
Além de se reunirem como uma equipe profissional para fins tecnológicos, eles
têm a preocupação de estabelecer um diálogo entre o que é criado e a
necessidade dos seus usuários, como é o caso do aplicativo voltado à sexualidade
do adolescente desenvolvido pelos mesmos. Este tipo de ação também deve ser implantada para níveis menos avançados, como fez a Escola de Hackers de Passo Fundo-RS com alunos do ensino fundamental. Esta instituição tem como objetivo oportunizar a aprendizagem de programação para alunos de escolas públicas, visando o desenvolvimento de processos criativos, sistemáticos e colaborativos de aprendizagem, fomentando o interesse em informática e matemática.
A tecnologia precisa ser uma aliada das instituições de ensino. Seguindo esta linha de raciocínio e pensando na inclusão digital foi implantado o projeto UCA (Um Computador por Aluno), pelo Governo Federal em 2010. Acompanhado de sistema operacional com softwares livres instalados, os dispositivos foram um marco para a educação brasileira, informatizando jovens de condições financeiras baixas e que possuíam poucas ou nenhuma possibilidade de adquirir um laptop. Porém, a realidade do Brasil não permite que iniciativas como estas vinguem, devido a tantas dificuldades que projetos como estes sofrem na falta de estrutura - ou até na troca de governo - e na precariedade de vida em que muitos se encontram. A escola pública ainda é um espaço desconectado com os avanços tecnológicos. Na maioria das vezes, os próprios professores enxergam os dispositivos digitais e o acesso a internet como algo prejudicial ao desenvolvimento de sua aula e à atenção do aluno, desencadeando determinadas repreensões que bloqueiam o saber: por exemplo, quando o aluno é proibido de mexer no computador para fazer pesquisa. Isto simboliza um certo afastamento que o jovem sofre de um aparato que poderia auxiliá-lo ao invés de fazer com que se sinta excluso.
A tecnologia precisa ser uma aliada das instituições de ensino. Seguindo esta linha de raciocínio e pensando na inclusão digital foi implantado o projeto UCA (Um Computador por Aluno), pelo Governo Federal em 2010. Acompanhado de sistema operacional com softwares livres instalados, os dispositivos foram um marco para a educação brasileira, informatizando jovens de condições financeiras baixas e que possuíam poucas ou nenhuma possibilidade de adquirir um laptop. Porém, a realidade do Brasil não permite que iniciativas como estas vinguem, devido a tantas dificuldades que projetos como estes sofrem na falta de estrutura - ou até na troca de governo - e na precariedade de vida em que muitos se encontram. A escola pública ainda é um espaço desconectado com os avanços tecnológicos. Na maioria das vezes, os próprios professores enxergam os dispositivos digitais e o acesso a internet como algo prejudicial ao desenvolvimento de sua aula e à atenção do aluno, desencadeando determinadas repreensões que bloqueiam o saber: por exemplo, quando o aluno é proibido de mexer no computador para fazer pesquisa. Isto simboliza um certo afastamento que o jovem sofre de um aparato que poderia auxiliá-lo ao invés de fazer com que se sinta excluso.
É necessário que as
pessoas que têm pouco poder aquisitivo estejam inseridas nas inovações
tecnológicas. Tendo a tecnologia como forma de interferir nas suas vidas de
maneira positiva, educativa e funcional. Auxiliando nas formas de comunicação,
estudo e resolução das demandas cotidianas. A forma de ler, escrever, estudar e
ensinar têm se transformado durante os anos. Surgem novas tecnologias que ora
dialogam ora substituem antigos meios. Neste processo, o saber pedagógico entra
em constante metamorfose, na tentativa de preencher as lacunas criadas pelas
necessidades da sociedade contemporânea. É preciso que haja um ajuste para que
estas necessidades convertam-se em conhecimento e aprendizado.
Parabéns pela reflexão Sandra. Gostei muito. Conseguiu articular os dois temas, trazer as potencialidades de cada meio e fazer a crítica à forma como são inseridas na educação. É isso que a educação necessita: professores críticos e conscientes da realidade em que vivem!
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